terça-feira, 17 de julho de 2007

3ª 28.03.2007

Foi lido um texto e falámos sobre diferentes tipos de textos.
O texto melancólico, que não é satírico, não tem carácter oratório, nem declamativo e é mais uma espécie de fala consigo próprio, intimista. Se não tivesse existido o movimento do romantismo, textos como este não existiriam.
Comporta o perigo de cairmos num rame-rame de nostalgias, como um lugar comum. Devemos precaver-nos contra um dos elementos da má escrita: a melancolia, a auto-contemplação das tristezas, das mágoas próprias. É preciso descer mais fundo, extravasar outros sentidos.
Muitas vezes um texto falha pelos tempos. Juntam-se letras, palavras, frases, sem respeitar o seu tempo interior, a pontuação. Ler um texto é muitas vezes rescrevê-lo.
Pessoas que usam muitas vírgulas às vezes são deprimidas ou atreitas à depressão, enquanto as que são parcas na sua utilização, se revelam ansiosas.
Devemos duvidar de um texto no qual o tempo das palavras não corresponde ao nosso tempo.
O ritmo, a cadência na articulação das palavras, de que Goethe dizia "ou se tem ou se não tem" é particulamente importante na poesia. Eugénio de Andrade tinha-o.

5 comentários:

Anônimo disse...

"Comporta o perigo de cairmos num rame-rame de nostalgias, como um lugar comum. Devemos precaver-nos contra um dos elementos da má escrita: a melancolia, a auto-contemplação das tristezas, das mágoas próprias."
acho q hoje andei por aqui
beijinhos

redonda disse...

Eu penso que podemos andar por aqui e não cair na má escrita.
E penso também que tu não corres esse perigo.
beijinho

Apache disse...

"Juntam-se letras, palavras, frases, sem respeitar o seu tempo interior, a pontuação." Pois, eu acho que nunca respeitei o tempo interior... E a pontuação também não, mas isso ao outro valeu o prémio Nobel.

redonda disse...

:) eu também tenho um pequenino problema com o tempo interior :)
Quem sabe, pode ser que também venhamos a ganhar um prémio qualquer :)

Apache disse...

:)