O curso está a exceder as minhas expectativas e espero que continue assim. Estava indecisa em ir porque estava cansada e sem saber muito bem como seria. Cheguei uns minutos atrasada e a aula já tinha começado. Na sala ampla de tectos altos com candeeiros diferentes, encontravam-se várias mesas dispostas num quadrado e sentadas à volta talvez cerca de trinta pessoas (com algum devido desconto porque sou péssima a calcular o número de pessoas em grupos). Sentei-me no primeiro lugar livre que encontrei. À minha frente tinha algumas folhas de papel A4 brancas.
O professor é um escritor conhecido e tem também um grande poder de comunicação. Pôs-nos a escrever e a pensar sobre a escrita.
Os colegas de variadas idades para já parecem-me pessoas que gostam de livros e de escrever.
O primeiro exercício foi algo chamado "texto automático". Temos de experimentar escrever sem pensar como se fossemos atirados para a água e tivéssemos de estar descontraídos para conseguir flutuar. Lidos os resultados em alguns foi manifesto que não o tinham feito (e não vou transcrever o meu - mas se alguém ler o que estou a escrever agora e tiver alguns minutos, pode ser uma experiência engraçada ).
Quem disse "escrever é recuperar a inocência perdida"?
Terá sido Lawrence Durrell, mas não sei onde, se num dos seus livros ou numa entrevista.
Primeiro discordei.
Depois admiti que o pudesse ser quando me foi explicado que se terá em vista a intencionalidade e a ordem que as crianças concebem no que fazem.
Escreveremos para ordenar os nossos pensamentos, para lhes dar um sentido.
Terá sido Lawrence Durrell, mas não sei onde, se num dos seus livros ou numa entrevista.
Primeiro discordei.
Depois admiti que o pudesse ser quando me foi explicado que se terá em vista a intencionalidade e a ordem que as crianças concebem no que fazem.
Escreveremos para ordenar os nossos pensamentos, para lhes dar um sentido.
5 comentários:
escreveremos? não sei! sei que escrever nos liberta de pensamentos e nos enche de outros. o começar, o a seguir... o desafio à caneta que não corre ao ritmo que gostariamos e outras vezes empanca no papel, como se encontrasse um muro mais ou menos alto. não sei se recuperamos inocência, se a perdemos, também não sei se ordenamos alguma coisa ou se damos sentido a alguma outra.
sei que é uma necessidade, minha e de muitos... sei que tem que ser.
Talvez possamos ordenar só um bocadinho, pelo menos o que escrevemos...
(eu sei que porque somos todos tão diferentes também outras visões e sentir serão possíveis)
"Escreveremos para ordenar os nossos pensamentos, para lhes dar um sentido."
Escrevemos, pela mesma razão que corremos, ou que andamos de bicicleta... para gastar alguma energia ou simplesmente porque nos apetece, como comemos gelados ou chocolates. Talvez seja por isso que eu não escrevo nada de jeito...
Como não escreves nada de jeito ?!!
Escreves sim senhor! E muito bem, pelo que não precisas de atelier nenhum :)
O melhor atelier da escrita são as tabernas e os bordéis, os quartéis e os cemitérios - viajar de comboio também ajuda.
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