segunda-feira, 9 de julho de 2007

11ª 30 de Maio de 2007



Fui até ao atelier para a penúltima aula. Ficámos com um novo e último TPC: um retrato impressionista com cores difusas, evanescentes, esbatidas, do que foi a nossa experiência no atelier . Sempre que eu penso que nos está a ser pedido o TPC mais difícil e impossível que poderia existir, venho a descobrir na sessão seguinte que afinal ainda não era aquele... (entretanto graças a um colega tive acesso à notícia que saiu num jornal sobre o atelier.

O perfeccionismo ou a procura do mesmo pode ser um inimigo da escrita. Não devemos apostar em nenhum dos extremos. Devemos conhecer as regras para depois as infringirmos.

Vimos a Escrita como texto automático. Focámo-nos no tema, no horizonte e na formulação. Não a vimos ainda na dimensão de processo de evasão, como uma maneira de fugir ao quotidiano, à rotina, aos nossos problemas. Uma fuga como nas drogas e no álcool. Uma maneira evanescente difusa de atordoamento, mais ou menos continuado, de forma a permitir uma escrita que circule nesta neblina. Poesia mais próxima.
É-no exibido um quadro de Gerard Richter, tem por título algo que me soou como"Chatten Blick", Estilhaço. Lembra-me as grades de uma prisão. Porque não encontrei imagem deste quadro, resolvi "postar" imagens de outros dois deste pintor.
Grelha, constritor, limitador de movimentos, opõe-se ao grito, ao estilo, à criatividade. Carácter evasivo, fuga a este universo, a este geometrismo. Fuga, paisagem desfocada, evasão
O professor declama por saber de cor um poema de Pedro Homem de Melo que se chamará Canção Ébria. Fixo algumas palavras "Não há silêncio".

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